sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Botox é nova arma para combate ao bruxismo

Problemas nas articulações da mandíbula atingem 30% da população. Bruxismo, marcado pela contração anormal dos músculos da boca, tem nova forma de diagnóstico e alívio com Botox.

As disfunções da articulação temporomandibular (ATM) atingem cerca de 30% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O problema acontece quando a complexa articulação que movimenta a mandíbula não funciona bem. As causas podem ser má oclusão, traumatismos, excessiva abertura da boca, estresse físico e muscular e alterações hormonais, entre outros fatores. O resultado? Dores na cabeça, no ouvido, no pescoço, na mandíbula e nos músculos da face, tonturas, zumbidos, torcicolos, além de estalos ao abrir e fechar a boca e alterações do sono.

Uma dessas disfunções é o bruxismo, caracterizado pela contração anormal da musculatura mastigatória. A pessoa com o distúrbio tem o hábito de ranger ou apertar os dentes. Ele surge da contração excessiva do músculo mais forte do corpo humano, o masseter, que é responsável pela mastigação e pelo fechamento da mandíbula. Apesar de incurável, o problema pode ser controlado.


O tratamento convencional para o bruxismo é baseado no uso de placas estabilizadoras na hora de dormir. O problema é que, para a grande maioria das pessoas, elas são consideradas desconfortáveis, atrapalham o sono, provocam salivação excessiva e até mau hálito. O uso da toxina botulínica (conhecida comercialmente como Botox), segundo a dentista Daniela Cristina Rosário Alves, tem ganhado força como terapia alternativa e inovadora ao problema. “ A aplicação no masseter, no músculo temporal e, às vezes, no frontal faz com que os problemas relacionados ao bruxismo desapareçam depois de cerca de cinco dias”, diz Daniela.

Complementos
A toxina botulínica ganhou fama nos tratamentos estéticos por retardar o surgimento de marcas de expressão, mas tem conquistado espaço para diminuir dores provenientes do apertamento dentário, aliviando as dores de cabeça e relaxando os músculos da face. “Além do uso para o tratamento dos sintomas do bruxismo, ela é usada para deixar o sorriso mais bonito, sobretudo quando a gengiva aparece mais do que deveria (sorriso gengival)”, completa Daniela.

Compete ao profissional usar a toxina no tratamento da disfunção da articulação temporomandibular e das dores orofaciais, promovendo relaxamento muscular e alívio das dores, da hipertrofia muscular, da diminuição do sorriso gengival e, em casos de pré-operatório, para cirurgias com implantes. “É importante lembrar que esses tratamentos são coadjuvantes, isto é, não substituem os já utilizados, como a reabilitação bucal, que envolve todas as especialidades odontológicas para o diagnóstico, o planejamento e o tratamento do paciente de forma global.


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